quinta-feira, 13 de julho de 2017

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades



Objetivo 4: A mudança do ser, da sociedade e do Universo
Competência: saber formular opiniões críticas, mobilizando saberes vários e competências culturais, linguísticas e comunicacionais.
I
1.     Leia atentamente o soneto de Camões.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Camões, Poesia Lírica


2.     Identifique o tema do soneto. __________________________________

3. A partir da leitura do poema, reconheça o conceito de mudança no ser e no universo.
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4. Como é que o sujeito reage à mudança? Justifique a resposta com os versos adequados.
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II

1. Leia atentamente a crónica de Maria Judite de Carvalho.
História sem palavras
Desço a rua, entro no metropolitano, estendo à menina muda as moedas necessárias, aceito o retangulozinho que ela me fornece em troca, desço a escada, espero, paciente, que se aproxime o olho mágico da carruagem subterrânea. Ela chega, para, parte. Lá dentro, o silêncio do mar encapelado, isto é, o de toda aquela ferragem barulhenta, som de não dizer nada. Na minha paragem saio, subo as escadas do formigueiro ou o túnel de toupeiras por onde andei. E sigo pela rua fora - outra rua -, entro numa loja. De cesto metálico na mão (estamos na era do metal) escolho caixas, latas e latinhas, sacos. Tudo aquilo é bonito, bem arranjado, atraente, higiénico, impessoal. A menina da máquina registadora recebe a nota, dá-me o troco. Ausente. Abstrata. Verá sequer as caras que desfilam diante de si? Apetece-me dizer qualquer coisa, que o troco não está certo, por exemplo. Que me deu dinheiro a mais. Ou a menos. Mas não digo nada. As máquinas sabem o que fazem. As meninas das máquinas também.
Tenho, de repente, saudades do bilhete de não sei quantos tostões que dentro de alguns anos deixará de se pedir nos elétricos e autocarros a um funcionário com cara de poucos amigos, do merceeiro que não nos perguntará mais como estamos nós de saúde, e a família, pois claro. Saudades do tempo das palavras, às vezes insignificativas, de acordo, mas palavras.
In Este Tempo, Maria Judite de Carvalho, Editorial Caminho, 1991.

Linhas de análise
1. No metropolitano, quem vende o bilhete? Qual a sua atitude perante a utente?
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2. Na loja, quem atende a cliente? Qual a sua atitude?
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3. O que concluiu a cronista face ao que vivenciara naquele dia?
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4. De quem e de que tem saudades o narrador? Porquê?
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Quarta atividade integradora – a validar através do PRA.

Proceda à análise dos textos, reconhecendo o conceito de mudança nos sujeitos, no tempo e na sociedade. Justifique com expressões textuais.
Reflita acerca do conceito de mudança, abordando uma mudança na sua vida que tenha contribuido, de forma positiva, para o seu percurso.
 
Atenção:

  • O texto não pode conter incorreções ortográficas;
  • O discurso tem de ter a sintaxe organizada;
  • A primeira parte deve conter a análise dos textos;
  • A segunda parte deve incidir sobre a mudança que alterou a sua vida/  o seu percurso pessoal ou profissional.
  • A terceira parte deve conter uma conclusão, na qual poderá fazer uma analogia entre o o conteúdo dos textos e a reflexão acerca do seu percurso.

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